Nos últimos anos, as mudanças sociais e familiares vieram dar maior importância à relação entre o trabalho e a vida pessoal dos trabalhadores. Surgiram novos modelos de família, com o aumento da monoparentalidade, casamentos entre pessoas do mesmo sexo e o alargamento da família nuclear devido ao aumento da esperança de vida.
Esta nova família desenvolveu nos seus elementos maiores níveis de ansiedade e stress, já que, embora trabalhando fora do lar, sujeitos a crescentes pressões dos empregadores na procura de maiores níveis de produtividade, estes mantinham a necessidade de cumprir as tarefas domésticas e familiares.
Esta ansiedade refletia-se nos níveis de produtividade, no absentismo e no turnover das empresas, levando o conflito latente trabalho-família a baixos níveis de motivação e satisfação dos colaboradores, além de começar a criar um problema ainda mais grave com a permanente queda da natalidade nos países mais desenvolvidos.
Esta ansiedade refletia-se nos níveis de produtividade, no absentismo e no turnover das empresas, levando o conflito latente trabalho-família a baixos níveis de motivação e satisfação dos colaboradores, além de começar a criar um problema ainda mais grave com a permanente queda da natalidade nos países mais desenvolvidos.
Assim, algumas empresas começaram a utilizar ferramentas de motivação que tinham como finalidade tentar aliviar a pressão dos problemas familiares sobre os seus empregados: horários flexíveis, trabalho em tempo parcial, semanas de trabalho reduzidas, etc. Estas medidas eram mesmo aconselhadas pela própria União Europeia, que já se debruçava sobre o tema há algum tempo.
Em Portugal, a partir do III Plano Nacional para a Igualdade - Cidadania e Género, começou a dar-se maior atenção a estas questões, nomeadamente com a Proteção Social na Parentalidade, publicada em 2009. Hoje em dia, o Código do Trabalho em vigor em Portugal já possui todas as medidas que permitem a conciliação da vida familiar e profissional, embora fosse interessante investigar até que ponto os nossos empregadores as utilizam.
Gostaria de poder afirmar que o Work Life Balance ou WLB, embora sendo um conceito relativamente recente na nossa Gestão de Recursos Humanos, está a contribuir para o seu principal objetivo - aumentar a produtividade das empresas, diminuindo o absentismo e a ansiedade dos colaboradores. Contudo, a situação atual leva-me a ser mais cautelosa nessa afirmação e a apenas fazer votos para que, quando agora tanto se fala em modos de motivação em contexto de crise, as empresas se lembrem de recorrer às ferramentas que já têm ao seu dispor. É que o capital humano continua a ser essencial e convém não esquecer que empregados motivados conseguem verdadeiros milagres.
Docente de U.C. na área dos Recursos Humanos
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