Sem “Doutor” nem “Engenheiro”
Sempre pensei que nas empresas se tratava toda a gente por Senhor Dr. ou Senhor Engenheiro, consoante o respetivo grau académico. Era para isto que estava preparada, mas a verdade é que, quando comecei o meu estágio, a realidade que encontrei foi outra.
Fiquei, então, a saber que, nesta empresa, toda a gente – sem exceção – devia ser tratada pelo primeiro nome. Sempre na terceira pessoa do singular, mas sem títulos. Que esquisito, não é? Ao início, confesso que estranhei um pouco, porque está enraizado no meu Ser português o tratar as pessoas que têm títulos pelos ditos títulos. Mas, com o tempo, tornou-se algo bastante natural.
Penso que esta prática se deve sobretudo ao facto de ser uma empresa multinacional, de origem inglesa. Se fosse uma empresa portuguesa, tenho dificuldade em imaginar que o grau de informalidade no trato conseguisse ser tão grande. E quando digo informalidade quero dizer nos títulos, porque o respeito e a devida distância são sempre mantidos. Contudo, a grande vantagem desta política da empresa é a proximidade que se consegue ganhar entre todos os departamentos e as suas chefias. Não existem pretensiosismos e isso torna o trabalho entre os colaboradores muito mais simples e direto.
Em contraste, o dress code é extremamente formal: fatos escuros, vestidos estruturados, cortes direitos… Pode pensar-se que não faz sentido, mas ao ter que receber ou visitar clientes, a forma como nos apresentamos é decisiva. E se os clientes são tratados pelos títulos – como é óbvio –, então também nos devemos apresentar com uma indumentária formal, sinónimo de profissionalismo.
Para além de tudo isto, se fizermos as contas, até vemos que poupamos preciosos minutos que de outra forma seriam desperdiçados a dizer “a Senhora Dra.…” e “o Senhor Engenheiro…”. É uma win-win situation!
Pilar Souto (Pseudónimo)
Sem comentários:
Enviar um comentário