Numa manhã calorosa, com o rio Tejo como pano de fundo, estive à conversa com a professora Susana de Salazar Casanova, Coordenadora Executiva da licenciatura em Secretariado e Comunicação Empresarial.
Mafalda Baptista: Com formação em Línguas e Literaturas Modernas, variante de estudos portugueses e ingleses, como chegou a uma diversidade de áreas tão grande como a Consultoria Protocolar, o Protocolo Empresarial e a Comunicação Intercultural?
Susana de Salazar Casanova: A área do protocolo surgiu na minha vida quando eu decidi prosseguir os meus estudos superiores, ao realizar uma pós-graduação. Na época eu era Assistente Executiva e escolhi o ISLA-Lisboa (agora Universidade Europeia) para voltar a estudar e obter uma especialização nesta área, motivada pelo reconhecimento deste instituto no mercado. O último módulo dessa pós-graduação foi o de protocolo empresarial e eu adorei, de imediato, a área. No ano seguinte frequentei a primeira edição da pós-graduação em Imagem, Protocolo e Organização de Eventos (a primeira sobre Protocolo em Portugal). Gostei imenso desta área e identifico-me muito com as matérias. Depois surgiu a formação em Madrid, no ano letivo seguinte, despoletada na sequência de uma palestra proferida por Carlos Fuente, em Lisboa. Gostei tanto de o ouvir que, no ano seguinte, fui para a Escola Internacional de Protocolo fazer uma especialização em Protocolo, durante um ano letivo. Posso afirmar que representou uma consolidação de conhecimentos e uma experiência pessoal muito positiva.
A área da comunicação intercultural surgiu mais recentemente na minha vida, primeiro profissionalmente, ao ser contactada por algumas empresas internacionais para trabalhar em Portugal. Este foi o ponto de partida, ao qual acresceu a motivação para fazer um Doutoramento. A área científica que mais se conjugava com aquilo de que gosto foi-se assim afirmando. Além disso, permite-me trabalhar aqui ou noutra parte do mundo, algo que considero fundamental.
MB: O que faz na área dos eventos e do protocolo?
SSC: Eu há alguns anos que não organizo, com regularidade, eventos de grande porte. O que faço e de que gosto bastante é a consultoria protocolar a eventos. E, nesse âmbito, tenho tido o privilégio de participar em muitos eventos: inaugurações, congressos, conferências, entregas de prémios, por exemplo.
MB: Qual o evento que mais a desafiou?
SSC: Talvez o evento mais complexo em termos protocolares em que eu participei tenha sido um projeto internacional, um congresso, que se realizou em Lisboa. Foi um grande desafio integrar, ao longo de uma semana, uma equipa internacional de protocolo, num evento com muitas entidades oficiais (mais de 30 ministros e várias altas entidades portuguesas). Teve muito impacto e senti-me muito realizada.
MB: Algum evento de que não goste de se lembrar?
SSC: Há eventos que não correm tão bem, por razões diversas: muitos intermediários, muitas equipas envolvidas, indecisões em momentos cruciais, falta de envolvimento do anfitrião no decurso do acontecimento… Um evento é uma forma de comunicação e, portanto, o anfitrião tem de informar o que pretende atingir. Depois há eventos que dão muito trabalho e muito prazer e outros que não têm impacto nenhum. Mas não tenho memória, felizmente, de um evento que tenha sido um caos.
MB: O que se espera do envolvimento do anfitrião num evento?
SSC: Que o cliente se envolva e faça perguntas, por exemplo. Lembro-me de uma inauguração em que estive sempre ao lado do Presidente da empresa. Questionou tudo e ensaiamos umas quatro vezes todos os momentos importantes do programa. Tratava-se de um evento com a presença do Chefe de Estado e com parceiros japoneses, pelo que nada podia falhar. O envolvimento é fundamental para o sucesso! Ainda se pensa que o protocolo faz tudo sozinho e de facto o protocolo não resolve tudo; é necessário conhecer certas normas, aplicar regras e seguir alguns procedimentos.
MB: Para além disso, como consegue conciliar ser formadora, docente, coordenadora executiva de uma licenciatura e doutoranda, já para não mencionar algum espaço e tempo para a sua vida privada? Como consegue desdobrar-se em tantas atividades?
SSC: Efetivamente acho que faço uma gestão eficaz do tempo e o meu dia tem muitas horas porque não durmo muito. Portanto, nas horas em que não durmo, trabalho. O doutoramento, infelizmente, tem sido a atividade mais castigada e aquela à qual nem sempre me dedico a cem porcento. Quando tenho tempo livre dedico-me a atividades de que gosto, como o cinema, a visita a museus ou exposições. E, sempre que posso, a viajar.
MB: Em julho de 2012 abraçou um novo projeto, que foi tanto um desafio como uma grande aposta. Ao fim de um ano como Coordenadora, qual é o balanço deste desafio?
SSC: Tem sido um enorme desafio renovar a imagem do curso e trazer mais estudantes para a universidade. Difícil é, também, fazer os alunos do curso sentirem-se especiais. Efetivamente, ao fim deste ano, foi possível que os estudantes se conhecessem melhor (refiro-me aos dois turnos e aos três anos do curso) e que conseguissem trabalhar conjuntamente no projeto das semanas temáticas e do blogue Great Assistants. Os estudantes têm sido fantásticos e os docentes do meu grupo de coordenação envolvidos nestes projetos deram todos o seu “extra mile”. Portanto, sem estas ajudas não teria sido possível.
O balanço é positivo, mas falta ainda conseguir atrair jovens para a profissão. Apesar do mercado recrutar nesta escola e não noutra, é necessário continuar a combater o estereótipo de que a profissão é alvo.
MB: Ficou com a perceção de que com o projeto “Secretariado, acabar com o estereótipo!” as mentalidades começaram a mudar face aos preconceitos associados à profissão?
SSC: O tema central do evento foram os estereótipos de que a profissão é alvo - tentar acabar com preconceitos é e continuará a ser uma prioridade. O filme que os estudantes fizeram ajudou muito nesse sentido. Eu penso que quem teve a oportunidade de assistir ao evento percebeu claramente que o mundo do Secretariado é completamente diferente daquele de há trinta anos, em que uma pessoa sem uma formação superior desempenhava com facilidade um cargo nesta área. Hoje em dia, com as enormes exigências profissionais a que todos estamos submetidos, aumentaram também os requisitos desta profissão, fazendo com que se tivesse tornado ainda mais desafiadora. Portanto, os profissionais, para poderem, cabalmente, apoiar e assessorar executivos, necessitaram alargar as suas competências técnicas.
SSC: O tema central do evento foram os estereótipos de que a profissão é alvo - tentar acabar com preconceitos é e continuará a ser uma prioridade. O filme que os estudantes fizeram ajudou muito nesse sentido. Eu penso que quem teve a oportunidade de assistir ao evento percebeu claramente que o mundo do Secretariado é completamente diferente daquele de há trinta anos, em que uma pessoa sem uma formação superior desempenhava com facilidade um cargo nesta área. Hoje em dia, com as enormes exigências profissionais a que todos estamos submetidos, aumentaram também os requisitos desta profissão, fazendo com que se tivesse tornado ainda mais desafiadora. Portanto, os profissionais, para poderem, cabalmente, apoiar e assessorar executivos, necessitaram alargar as suas competências técnicas.
A formação superior pretende ir ao encontro desses desafios, preparando os estudantes para a realidade das organizações. É essencial fazer as pessoas compreender que esta profissão, como qualquer outra, tem que ter profissionais especializados e preparados para o seu exercício. Por que razão se aceita com naturalidade que um marketeer tem que frequentar uma licenciatura, um gestor um curso de gestão e um(a) secretário(a) não precisa!?
Adicionalmente, refira-se que o Secretariado terá sempre lugar numa empresa, pois são necessárias pessoas para trabalhar, diariamente, lado a lado, com a equipa de gestão.
E a verdade é que a nossa licenciatura apresenta o plano de estudos mais reconhecido pelo mercado e a nossa universidade oferece aos estudantes um conjunto de oportunidades únicas, por ser o maior grupo de ensino privado do mundo.
Os preconceitos vão sempre existir. Cabe-nos a todos contribuir para fazer a mudança de mentalidades e desempenhar a função com orgulho e competência. A nossa maior “arma” contra o preconceito é a empregabilidade de 100% dos nossos estudantes, assumindo posições de responsabilidade em empresas de diversos tamanhos e setores, nacionais ou multinacionais.
MB: O que se afigura para o futuro desta licenciatura, agora com o cunho de Universidade Europeia | Laureate International Universities?
SSC: Continuar a manter o rigor e a qualidade na lecionação das unidades curriculares da licenciatura, aliando-se a teoria à prática, otimizando os planos curriculares com vista a irem cada vez mais ao encontro da missão e da visão da Universidade Europeia. Espero, sinceramente, poder continuar a contribuir para que os estudantes saiam da universidade muito bem preparados. O cunho da universidade Europeia passa também por proporcionar aos estudantes uma oferta formativa dentro da rede Laureate, o programa Garcilaso, podendo os alunos estudar num dos cinco continentes. A campanha levada a cabo este verão pela Universidade Europeia reflete isso mesmo: “de que tamanho queres o mundo?”.
SSC: Continuar a manter o rigor e a qualidade na lecionação das unidades curriculares da licenciatura, aliando-se a teoria à prática, otimizando os planos curriculares com vista a irem cada vez mais ao encontro da missão e da visão da Universidade Europeia. Espero, sinceramente, poder continuar a contribuir para que os estudantes saiam da universidade muito bem preparados. O cunho da universidade Europeia passa também por proporcionar aos estudantes uma oferta formativa dentro da rede Laureate, o programa Garcilaso, podendo os alunos estudar num dos cinco continentes. A campanha levada a cabo este verão pela Universidade Europeia reflete isso mesmo: “de que tamanho queres o mundo?”.
MB: E, para finalizar, resumindo numa frase: Quem é a Susana de Salazar Casanova?
SSC: (Risos) Isso agora é que é mais difícil. Sou uma pessoa muito trabalhadora, esforçada, comunicativa, simpática e tento ter uma atitude positiva perante a vida. Acredito sempre que podemos fazer aquilo a que nos propomos.
MB: Resta agradecer à Professora Susana de Salazar Casanova a amabilidade. Um grande bem-haja e votos de continuação de muitos sucessos à frente da licenciatura em Secretariado e Comunicação Empresarial, assim como para a conclusão do seu doutoramento!
Mafalda Baptista (Alumni)
Sem comentários:
Enviar um comentário