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sexta-feira, 31 de maio de 2013

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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Diários da República (vi)


Divulgamos a legislação de interesse publicada, na última semana, em Diário da República.

Semana de 20 a 24 de maio

Resolução do Conselho de Ministros 33/2013, 20/05/2013
Define os Pressupostos do Acordo de Parceria a negociar entre o Estado Português e a Comissão Europeia, estabelecendo as principais linhas de intervenção dos fundos europeus estruturais e de investimento no ciclo 2014-2020. Para download siga o link: 
http://dre.pt/pdf1sdip/2013/05/09600/0297202991.pdf

Portaria 190/2013, 23/05/2013 
Estabelece os termos e condições do regime aplicável ao pagamento das taxas de portagem em toda a rede nacional de autoestradas pelos clientes das empresas de aluguer de veículos sem condutor. Para download siga o link:
http://dre.pt/pdf1sdip/2013/05/09900/0303003031.pdf

Dália Cavaco (Estudante do 1.º ano)

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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Work Life Balance - Já ouviu falar?


Nos últimos anos, as mudanças sociais e familiares vieram dar maior importância à relação entre o trabalho e a vida pessoal dos trabalhadores. Surgiram novos modelos de família, com o aumento da monoparentalidade, casamentos entre pessoas do mesmo sexo e o alargamento da família nuclear devido ao aumento da esperança de vida.  

Esta nova família desenvolveu nos seus elementos maiores níveis de ansiedade e stress, já que, embora trabalhando fora do lar, sujeitos a crescentes pressões dos empregadores na procura de maiores níveis de produtividade, estes mantinham a necessidade de cumprir as tarefas domésticas e familiares.

Esta ansiedade refletia-se nos níveis de produtividade, no absentismo e no turnover das empresas, levando o conflito latente trabalho-família a baixos níveis de motivação e satisfação dos colaboradores, além de começar a criar um problema ainda mais grave com a permanente queda da natalidade nos países mais desenvolvidos.

Assim, algumas empresas começaram a utilizar ferramentas de motivação que tinham como finalidade tentar aliviar a pressão dos problemas familiares sobre os seus empregados: horários flexíveis, trabalho em tempo parcial, semanas de trabalho reduzidas, etc. Estas medidas eram mesmo aconselhadas pela própria União Europeia, que já se debruçava sobre o tema há algum tempo.

Em Portugal, a partir do III Plano Nacional para a Igualdade - Cidadania e Género, começou a dar-se maior atenção a estas questões, nomeadamente com a Proteção Social na Parentalidade, publicada em 2009. Hoje em dia, o Código do Trabalho em vigor em Portugal já possui todas as medidas que permitem a conciliação da vida familiar e profissional, embora fosse interessante investigar até que ponto os nossos empregadores as utilizam. 

Gostaria de poder afirmar que o Work Life Balance ou WLB, embora sendo um conceito relativamente recente na nossa Gestão de Recursos Humanos, está a contribuir para o seu principal objetivo - aumentar a produtividade das empresas, diminuindo o absentismo e a ansiedade dos colaboradores. Contudo, a situação atual leva-me a ser mais cautelosa nessa afirmação e a apenas fazer votos para que, quando agora tanto se fala em modos de motivação em contexto de crise, as empresas se lembrem de recorrer às ferramentas que já têm ao seu dispor. É que o capital humano continua a ser essencial e convém não esquecer que empregados motivados conseguem verdadeiros milagres.

Maria Augusta Teles
Docente de U.C. na área dos Recursos Humanos

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sexta-feira, 24 de maio de 2013

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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Diários da República (v)


Divulgamos os principais destaques dos atos com interesse publicados, na última semana, em Diário da República.

Semana de 13 a 17 de maio

Decreto-Lei n.º 64/2013, 13/05/2013
Procede à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março, que aprova os regimes da normalização contabilística para microentidades e para as entidades do setor não lucrativo e transpõe a Diretiva n.º 2009/49/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de junho, e a Diretiva n.º 2010/66/UE, do Conselho, de 14 de outubro. Para download siga o link:
http://dre.pt/pdf1sdip/2013/05/09100/0286302864.pdf

Portaria 178/2013, 13/05/2013
Procede à identificação das águas balneares, à qualificação das praias e à fixação das respetivas épocas balneares para o ano de 2013. Para download siga o link
http://dre.pt/pdf1sdip/2013/05/09100/0282102843.pdf

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo n.º 4/2013, 15/05/2013

Uniformiza a jurisprudência nos seguintes termos: A condição de sócio gerente de uma sociedade comercial, sem direito a qualquer remuneração, de um trabalhador por conta de outrem, cujo contrato de trabalho cessou, não obsta à caracterização da respetiva situação como de desemprego, nos termos e para os efeitos do disposto nos artigos 6.º,    n.º 1, do Decreto-Lei n.º 119/99, de 14 de abril, e 2.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de novembro, respetivamente. Para download siga o link:
http://dre.pt/pdf1sdip/2013/05/09300/0289602901.pdf

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo 5/2013, 17/05/2013 
Uniformiza a jurisprudência nos seguintes termos: De acordo com as disposições articuladas das alíneas f) e h) do artigo 4º do Regulamento das Custas Processuais e do artigo 310º/3 do Regime do Contrato de Trabalho na Função Pública, aprovado pela Lei nº 59/2008, de 11 de setembro, os sindicatos, quando litigam em defesa coletiva dos direitos individuais dos seus associados, só estão isentos de custas se prestarem serviço jurídico gratuito ao trabalhador e se o rendimento ilíquido deste não for superior a 200 UC. Para download siga o link:
http://dre.pt/pdf1sdip/2013/05/09500/0296202967.pdf

Dália Cavaco (Estudante do 1.º ano)

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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Crónica de um estagiário – V


Sem “Doutor” nem “Engenheiro” 

Sempre pensei que nas empresas se tratava toda a gente por Senhor Dr. ou Senhor Engenheiro, consoante o respetivo grau académico. Era para isto que estava preparada, mas a verdade é que, quando comecei o meu estágio, a realidade que encontrei foi outra.


Fiquei, então, a saber que, nesta empresa, toda a gente – sem exceção – devia ser tratada pelo primeiro nome. Sempre na terceira pessoa do singular, mas sem títulos. Que esquisito, não é? Ao início, confesso que estranhei um pouco, porque está enraizado no meu Ser português o tratar as pessoas que têm títulos pelos ditos títulos. Mas, com o tempo, tornou-se algo bastante natural.


Penso que esta prática se deve sobretudo ao facto de ser uma empresa multinacional, de origem inglesa. Se fosse uma empresa portuguesa, tenho dificuldade em imaginar que o grau de informalidade no trato conseguisse ser tão grande. E quando digo informalidade quero dizer nos títulos, porque o respeito e a devida distância são sempre mantidos. Contudo, a grande vantagem desta política da empresa é a proximidade que se consegue ganhar entre todos os departamentos e as suas chefias. Não existem pretensiosismos e isso torna o trabalho entre os colaboradores muito mais simples e direto.

Em contraste, o dress code é extremamente formal: fatos escuros, vestidos estruturados, cortes direitos… Pode pensar-se que não faz sentido, mas ao ter que receber ou visitar clientes, a forma como nos apresentamos é decisiva. E se os clientes são tratados pelos títulos – como é óbvio –, então também nos devemos apresentar com uma indumentária formal, sinónimo de profissionalismo.

Para além de tudo isto, se fizermos as contas, até vemos que poupamos preciosos minutos que de outra forma seriam desperdiçados a dizer “a Senhora Dra.…” e “o Senhor Engenheiro…”. É uma win-win situation!

Pilar Souto (Pseudónimo)


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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Testemunho (viii) | Alexandra Parra


Porquê uma 2.ª licenciatura?

Enquanto aluna na UCP, havia (não sei se ainda há) um programa em que os alunos com disponibilidade se podiam inscrever para executar tarefas, por um limitado período de tempo, em situações pontuais que surgissem na Universidade (eram os tarefeiros). E assim comecei eu, como tarefeira na Faculdade de Direito, a colar etiquetas em envelopes, para o arranque do Gabinete de Formação Avançada e Pós-Graduações. De imediato me perguntaram se eu tinha disponibilidade a tempo inteiro, para apoio administrativo ao dito Gabinete por um período de dois ou três meses... e assim se passaram dois anos de descoberta sobre aquilo que queria fazer na vida.

Ser útil, ser o rosto de algo, dar apoio à liderança, ser versátil, ajudar à implementação das decisões, fazer a diferença na direta proporção do meu esforço e empenho fizeram-me esquecer o desejo de uma vida ligada ao Direito Penal, que me começou a parecer algo impessoal, opaco, sem vida... que grande reviravolta! Estava no penúltimo ano de Direito e morrer na praia não era uma opção.

Concluí o curso e, no ano letivo seguinte, comecei a estudar Secretariado (Direito era algo do passado). Os três anos da licenciatura voaram no meio do entusiasmo, entre descobertas e o consolidar do que já sabia e praticava no dia a dia. Veio uma grande empresa nacional de distribuição em expansão internacional, seguiu-se uma multinacional da área da informação, depois uma época cinzenta, outra empresa nacional  que tem um lugar próprio no mercado mundial de IT e agora aqui estou, numa instituição única em Portugal. Sinto-me valorizada, sei que o meu contributo é melhor porque sei quem sou e fiz este caminho tão... inusitado, que me ajudou a conhecer-me, a ser melhor, a desejar mais, e que me deixou mais apta para os desafios que a minha caminhada ainda vai conhecer.

Alexandra Parra Borges (Alumni)

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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Diários da República (iv)

Divulgamos a legislação de interesse publicada, na última semana, em Diário da República.


Semana de 6 a 12 de maio

Decreto-Lei 58/2013, 08/05/2013
Estabelece as normas aplicáveis à classificação e contagem do prazo das operações de crédito, aos juros remuneratórios, à capitalização de juros e à mora do devedor. Para download siga o link: 

http://dre.pt/pdf1sdip/2013/05/08800/0273302736.pdf

Decreto-Lei 62/2013, 10/05/2013
Estabelece medidas contra os atrasos no pagamento de transações comerciais e transpõe a Diretiva n.º 2011/7/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de fevereiro de 2011. Para download siga o link:
http://dre.pt/pdf1sdip/2013/05/09000/0281202816.pdf

Declaração de Retificação 24/2013, 10/05/2013
Retifica a Portaria n.º 120/2013, de 26 de março, do Ministério da Economia e do Emprego, que procede à terceira alteração à Portaria n.º 92/2011 de 28 de fevereiro, que regula o Programa de Estágios Profissionais, publicada no Diário da República n.º 60, 1.ª Série, de 26 de março de 2013. Para download siga o link
http://dre.pt/pdf1sdip/2013/05/09000/0280502806.pdf

Dália Cavaco (Estudante do 1.º ano)

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segunda-feira, 13 de maio de 2013

À conversa com... Jorge M. Bleck, Senior Partner na Linklaters LLP

Maria João Borges (MJB): Foi das primeiras pessoas que conheci, ao longo do meu percurso profissional, que verdadeiramente valoriza a profissão e o seu contributo numa organização. Qual é, para si, a missão desta função?
Jorge M. Bleck (JMB): Não obstante a evolução tecnológica tenha alterado significativamente o apport da profissão, sou dos que continuam a crer que nada substituiu uma Boa secretária (ou assistente como hoje se diz). Na verdade, para mim uma boa secretária possibilita que quem é secretariado se concentre exclusivamente nos temas em que pode efetivamente acrescentar valor. Uma boa secretária filtra-nos acessos, filtra-nos trabalho, liberta-nos tempo, alivia-nos stress, organiza-nos a vida (profissional e muitas vezes particular), instrui-nos nas novas tecnologias, alerta-nos de perigos, protege-nos da má-língua, resolve problemas, antecipa necessidades, serve-nos de ouvidos na “caserna” e, inclusive, mente por nós! 

MJB: Quais são, para si, os requisitos essenciais de competências para o exercício da profissão? Quais valoriza mais?
JMB: Mais do que os requisitos técnicos – que se dão por adquiridos – para se ser uma boa secretária são mais importantes (e mais difíceis porque muitos deles são inatos) os chamados “soft skills”. Desde logo, ter-se orgulho em ser secretária; perceber bem o quão importante é a função para que a pessoa que se secretaria possa singrar. Uma boa secretária quer-se altruísta e discreta, já que a profissão, muitas vezes, realiza-se e mede-se mais pelo sucesso do próximo, do que pelo direto e exclusivo sucesso próprio. Uma boa secretária é determinante, mas sabe ficar na sombra. Uma boa secretária preocupa-se; empenha-se e envolve-se a fundo; cuida de quem secretaria. Tem iniciativa, sabe dizer sim, mas também sabe dizer não. É frontal e sincera nas suas opiniões; sabe ouvir e sabe guardar segredos.

De tudo isto para mim o que valorizo mais é o preocupar-se, o ser empenhada, a honestidade e o saber guardar segredo, numa palavra, a confiança.

MJB: Tem fama de ser uma pessoa muito exigente e frontal, com quem nem sempre é fácil lidar. Como encara esta perceção?
JMB: A meu ver Portugal convive mal com níveis de exigência que lá fora são comuns. Não tenciono contemporizar com essa cultura e tudo faço para a contrariar, já que a considero um dos fatores da nossa baixa produtividade e competitividade. Todavia exigência nada tem que ver com desconsideração, desrespeito ou abuso; muito pelo contrário. Exigência tem a ver com a valorização da função de secretária e com a noção correta da sua importância para a prestação do serviço com o nível que o cliente espera de nós. Acresce que entre secretária e pessoa secretariada tem de haver química; sem ela é muito difícil criar-se uma relação. Havendo uma efetiva relação, o nível de tolerância para com os eventuais defeitos do outro aumenta, já que se aprende a dar a devida dimensão às más reações e aos maus momentos de parte a parte.

MJB: A profissão ainda é vista como apresentando pouco potencial ao nível da progressão na carreira e salarial, e isso pode ser redutor quando se escolhe uma carreira. Concorda com esta visão?
JMB: O país dos “doutores” tende a acabar, felizmente. Essa obsessão correspondeu a uma fase de crescimento da qual, creio, estamos já a evoluir. Mais importante do que o “canudo” é termos uma profissão e ainda mais importante é termos um emprego e sentirmo-nos úteis e a acrescentar valor. Para isso já se provou com o elevado número de supostos licenciados a fazerem trabalho não qualificado que ser “Dr.” ao fim e ao cabo não constitui nem sinal de estatuto, nem sinal de emprego ou de carreira.
 
A via profissionalizante – onde, a meu ver, se deveria colocar o secretariado – ganha, por isso, cada vez mais campo e começa a recuperar paulatinamente da penumbra para onde a levou o provincianismo e atavismo por detrás da obsessão do “Dr.”.

MJB: Será a função ainda encarada como uma questão de status por muitos gestores, como se se tratasse de uma componente de um pacote salarial?
JMB: Admito que sim. Num país que ainda tem muito de provinciano e atávico – vide a obsessão pelo tratamento formal e o desespero de supostos altos quadros políticos em aparecerem com um “canudo” a todo o custo – não é de estranhar que ainda haja pessoas que encarem o “ter secretária” como sinal de estatuto. Todavia, estou em crer que isso tende a desaparecer à medida que o país evolui e as pessoas ganham mundo. 

MJB: Ao longo da minha vida profissional constatei, apesar de tudo, que é mais fácil receber prémios pecuniários do que um elogio ou um agradecimento. Não foi certamente o caso quando trabalhei consigo. Em que medida a falta de feedback e reconhecimento leva à desmotivação destes profissionais e a uma crescente opção por outras saídas profissionais?
JMB: Este não é um problema só desta profissão; é um problema geral em Portugal. Desde a escola – e quiçá mesmo logo em casa – já se deixou para trás uma cultura de exigência, estupidamente associada a seguir ao 25 de abril com o autoritarismo do 24 de abril. Acresce que a cultura dominante hoje, i.e., o politicamente correto, é sermos consensuais e, assim, estarmos bem com todos. Ora, neste quadro é fácil perceber que dar feedback com a honestidade e frontalidade que o mesmo exige vira tortura para quem dá e inclusive para quem recebe. Hoje em dia quem é suposto dar feedback foge a dar más notícias, pelo receio de ser remetido ao opróbrio do ser “exigente” (que, entre nós, é sinónimo de “intolerante” e “intratável”) e quem é suposto receber feedback só está preparado para acolher boas mensagens, pois, muito provavelmente, comunga dessa característica, muito comum entre os seres humanos, que é a de “não se enxergar”, pois desde tenra idade foi criado na facilidade e na mentira quanto ao seu verdadeiro valor (a começar no facilitismo da educação escolar, quando não ao desleixo da educação doméstica). Associado a este fenómeno e, a meu ver, dele decorrente, vem o reverso da medalha, que é como quem diz, o feedback positivo, por via do elogio ou mesmo do mero agradecimento. Na verdade, para que nem sequer surja um momento em que não se consiga fugir a dar alguma mensagem menos positiva, o melhor mesmo é não dar feedback algum, pois assim evita-se a oportunidade.

MJB: As sociedades de advogados são dos tipos de organizações que estes profissionais mais evitam, pelo ambiente de trabalho e distância nas relações. Concorda com esta afirmação?
JMB: Sim e não. Sim porque a maior parte dos advogados atenta a sua educação excessivamente formal, tende a impor a terceiros um tratamento solene e, assim, a criar a distância que o mesmo carrega. Não, porque as gerações mais jovens e as sociedades mais afoitas a adotar a modernidade já começam a deixar para trás esses costumes que rotulo de antiquados e algo provincianos. Todavia, atente-se que as instituições com as quais os advogados mais lidam, a saber, os tribunais, são ainda das que no nosso país mais formalismo no trato exigem, razão por que é compreensível que, quanto mais não seja por reflexo, os advogados ainda tendam a cultivar uma certa solenidade no trato.

MJB: Fala-se muito, nestes tempos conturbados, de redução de custos e algumas empresas têm optado por extinguir este posto de trabalho. Mas será que a função corre o risco, do seu ponto de vista, de desaparecer?
JMB: Aqui há uns anos um advogado não escrevia um contrato ou um articulado para tribunal usando um teclado que fosse. Mais. Não escrevia uma carta sequer; não atendia nem fazia uma chamada telefónica, nem marcava uma reunião sem que a sua secretária a intermediasse. Hoje, qualquer advogado medianamente atualizado dispensa solicitar à sua secretária este tipo de serviços. Hoje qualquer advogado (que não seja info-excluído) tem o seu computador onde edita, revê e imprime os seus contratos, articulados, cartas ou e-mails, usa o seu telemóvel ou a sua linha direta para fazer e receber chamadas de clientes; ou seja, está em contacto direto, sem intermediação da secretária.
 
Nesse sentido a secretária passou a ter menos tarefas, mas, porventura, as menos exigentes e aquelas onde os “technical skills” são mais fáceis de preencher. Restam as outras, aquelas precisamente onde os “soft skills”, de que falei acima, mais despontam. Acresce, que este recondicionamento de funções permitiu, sem dúvida, que a uma secretária corresponda mais de uma pessoa a secretariar; todavia daí a dizer que a profissão corre um risco de vir a desaparecer parece-me carecer totalmente de fundamento.

MJB: Como prevê a evolução da função no futuro?
JMB: Na verdade, as pessoas que hoje requerem um serviço de secretariado tendem a ser mais autónomas em face não só das tecnologias ao seu dispor, mas também em face da normalização do tratamento e acesso direto que as mesmas proporcionaram (telemóvel, e-mail, Internet). Contudo e a meu ver, há uma tendência para cada vez mais se valorizar o tratamento personalizado e a atenção à pessoa, em contraponto à massificação e produção em série. Ora, é aí que uma boa secretária pode fazer a diferença, precisamente quando consegue um nível tal de proximidade e de interação com as pessoas que secretaria que com elas passa a constituir uma equipa.
 
É mais para esta interação e partilha de tarefas de maior responsabilidade que o trabalho de secretária e secretariado devem tender, evolução esta que, na minha opinião, tornará a profissão ainda mais necessária, pelo valor que pode acrescentar. No entanto, para isso os ditos “soft skills” vão ser ainda mais importantes e por isso, maior a valorização dos mesmos e correspondente maior procura e remuneração de quem os exibe.


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sexta-feira, 10 de maio de 2013

A diversidade no contexto de trabalho


O mundo em que vivemos é cada vez mais globalizado. Por essa razão, cada um de nós deverá tentar compreender e aceitar as diversidades que encontramos diariamente no nosso ambiente social e profissional. Há pessoas de nacionalidade, língua, raça, etnia e religião diferentes, em qualquer contexto da nossa vida. Pode verificar-se este facto num hospital, numa empresa, numa escola ou numa loja.

Estas particularidades podem tornar uma organização mais forte, uma vez que a diversidade tem efeitos muito positivos. Os variados pontos de vista e as ideias que podem sair de um grupo com este tipo de caraterísticas são contributos valiosos.

Contudo, a diversidade por vezes torna-se numa força incapacitante, levando a incompreensões comunicacionais, a pequenos desentendimentos, a estereótipos e até a uma falta de vontade de trabalhar em prol dos resultados da equipa, o que se deve sempre tentar evitar.

É, portanto, muito relevante a cooperação de todos os envolvidos na manutenção e na transmissão de uma imagem saudável. Por esse facto, deixo algumas reflexões:

1. Criar uma política de diversidade: certifique-se se na sua organização existe uma política neste âmbito e atue em conformidade. Caso não exista, procure informação sobre o tema e documente-se.

2. Promover a diversidade aquando da contratação: além de ser importante contratar as pessoas com as habilidades certas para o lugar adequado, a diversidade no local de trabalho conduz a um novo fluxo de ideias. É possível congregar, no mesmo espaço, profissionais com diferentes experiências profissionais e de vida.

3. Comunicar de forma eficaz: para que cada um na equipa sinta que está a ser valorizado, é necessário que se respeitem e entendam as diferenças. Para tal, é preciso não julgar e estar-se de mente aberta. Há tanta coisa para aprender sobre um país, uma etnia ou uma religião…

Penso que devemos fazer um esforço e procurar, cada vez mais, desenvolver as nossas habilidades e estar disponíveis para aceitar o que não é igual. O contacto com pessoas de várias nacionalidades é uma realidade e também uma inevitabilidade.

As universidades, por exemplo, acolhem estudantes oriundos de vários países da Europa e de outros continentes. Além disso, os empregadores valorizam nos curricula dos candidatos a experiência internacional de formação. Este é um tema bastante atual e uma das qualidades mais apreciadas passou a ser a compreensão e a aceitação da diversidade. Os empregados têm em linha de conta os diversos comportamentos e a forma como estes agem, em particular as suas atitudes para com os outros.

Susana de Salazar Casanova
Coordenadora da Licenciatura em Secretariado e Comunicação Empresarial

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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Crónica de um estagiário - IV


Tudo o que pode correr mal…

Durante os nossos primeiros passos a nível profissional, muitas vezes pensamos em tudo o que pode correr mal, porque, tal como a lei de Murphy diz: tudo o que pode correr mal, vai correr mal. Pessimista ou não, este dito tem muito de verdadeiro e o melhor que temos a fazer é preparar-nos bem, para evitar o máximo de contratempos.

A este propósito, recordo-me de algo que me aconteceu nas primeiras semanas. Para fins de enquadramento, devo dizer que nunca tinha mexido, até então, num telefone que reencaminhasse/puxasse/transferisse chamadas, com mais 10 ou 15 botões que um fixo comum. Disseram-me que toda a gente teve dificuldades no início, pelo que seria normal que desligasse o telefone involuntariamente quando quisesse transferir uma chamada ou voltar à linha. A verdade é que este incentivo, feito para me tranquilizar, deixou-me a pensar em algo que nunca antes tinha considerado – então e se desligar o telefone a um cliente? Que vergonha! E assim juntei mais uma preocupação à lista.

Com o passar do tempo fui ficando sozinha uns segundos, depois uns minutos… Certo dia, em que fui deixada por minha conta durante uns breves momentos, toca o telefone. Como tinha instruções para puxar as chamadas das colegas, caso não estivessem presentes, assim fiz – mas era a primeira vez que o fazia sozinha! Atendi devidamente e, do outro lado, o Senhor pediu-me para falar com “Fulano”. Disse que iria tentar passar a chamada e pedi para aguardar, agradecendo. O Senhor agradeceu igualmente e eu tentei passar a chamada, em vão. Voltei à linha e lamentei não estar a conseguir passar a chamada, perguntando se queria deixar recado. O Senhor disse que sim, mas arrependeu-se e perguntou-me se podia tentar passar a chamada a “Sicrano”. Respondi “com certeza” e tentei, novamente, passar a chamada, quando me lembrei que Sicrano estava em reunião. Voltei, de novo, à linha e pedi desculpa, porque “Sicrano” estava em reunião. O Senhor riu-se e pediu desculpa, perguntando se não podia tentar desta vez “Beltrano”. Respondi que sim e disse que ia tentar passar a chamada, o que, por fim, consegui fazer! Resumindo, não só não deixei cair a chamada como consegui pôr o Senhor a falar com alguém que o podia ajudar. Foi uma pequena conquista que me mostrou que, apesar de haver muita coisa que pode (e correrá) mal, não há motivos para ter receio de desempenhar uma determinada tarefa, por mais desacostumados que estejamos. E, felizmente, até hoje ainda não desliguei acidentalmente o telefone a ninguém.

Concluindo, na maior parte das situações encontramos pessoas simpáticas e compreensivas, mas, de qualquer das formas, e para evitar peripécias mais ou menos cómicas e mais ou menos graves para a reputação da empresa, é necessário não esquecer de:

- ter papel e caneta ao lado do telefone;
- escutar TUDO com atenção e anotar o que for relevante;
- pedir para repetir sempre que necessário (evita muitos mal-entendidos e dissabores);
- evitar graus diminutivos (não pedir, por exemplo, para esperar um “segundinho” – às vezes sai, mas não é aceitável, a nível profissional);
- perguntar a empresa da pessoa a quem nos pedem para ligar (não podemos esquecer que “há muitas Marias na Terra”);
- dizer “por favor” e especialmente “obrigada(o)” (são palavras que causam boa impressão e que nos levam onde precisamos de ir);
- tratar toda a gente como gostaríamos de ser tratados (cliché ou não, é uma das formas de obtermos o que queremos).

Pilar Souto (pseudónimo)


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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Motivação: força motriz!

Uns tempos atrás, li uma coisa que me inspirou: “As pessoas dizem frequentemente que a motivação não dura. Bem, nem o banho – e é por isso que é recomendado diariamente (…)” (Zig Ziglar). Seguindo esta analogia, é evidente que ser e permanecer motivado envolve esforço e dedicação diários: mas compensa. Acrescento ainda que, se existe um recurso que vale tanto quanto o ouro, é a motivação. É um elemento fundamental – extrínseco ou intrínseco – que permite perseverar frente às mais diversas e adversas circunstâncias.

Para algumas pessoas, a motivação é algo que provém apenas de nós próprios, isto é, ou nos sentimos motivados ou não. Mas, a meu ver, a motivação pode ser estimulada ou afetada por terceiros, ainda que, primordialmente, seja definida por nós mesmos. Na verdade, o facto de alguém não acreditar em nós pode até ser um motivo de motivação, dependendo da personalidade de cada um e da forma como essa pessoa encara uma adversidade: como um desafio ou como uma derrota instantânea.

Naturalmente, a motivação é parte integrante do que nos leva ou não a ter sucesso, uma vez que é ela que dita o empenho, o brio e o tempo que dedicamos a cada coisa que fazemos, quer a nível pessoal quer profissional.
 
Não digo que não dê trabalho, porque dá. Não digo que não seja chato, porque há sempre uma coisa mais divertida para fazer. E, sim, fazem-se muitos sacrifícios, mas estou certa de que, no fim, vale a pena. Por conseguinte, a motivação é, por exemplo, ter filhos doentes e mesmo assim ir trabalhar; é trabalhar até às 04:00 da manhã, num emprego no qual não somos valorizados, e estar a pé às 06:30 para ir para as aulas – tudo isto com vista a algo maior. Daqui decorre a ideia de que a motivação advém de um pensamento a longo prazo, segundo o qual refletimos sobre onde queremos chegar, pesando o esforço que iremos fazer juntamente com a compensação que iremos obter. Isto deve ser o suficiente: pensar que tudo o que fazemos tem um propósito. Assim, sermos pessoas motivadas não significa gostar de tudo o fazemos, mas significa, sim, que tudo o que fazemos é parte integrante de um plano maior, construído por nós próprios, com mais ou menos ambição. Se gostarmos do que fazemos em todas as etapas desse plano, então, para além de motivados, somos uns sortudos!
 
Em suma, a motivação é sinónimo de persistência e de dinamismo, de acreditar em nós próprios, de ambicionar e de arriscar, tudo componentes necessárias para termos sucesso. Para além disso, pessoas motivadas motivam. Por isso, rodeie-se de pessoas que o inspirem!

Andreia Gonçalves (Estudante do 2.º ano)

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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Diários da República (iii)



Divulgamos os principais destaques dos atos de interesse publicados, na última semana, em Diário da República.

Semana de 21 a 26 de abril

Portaria 160/2013, 23/04/2013
Terceira alteração à Portaria n.º 321-A/2007 de 26 de março, que cria o ficheiro modelo de auditoria tributária, e segunda alteração à Portaria n.º 363/2010 de 23 de junho, que regulamenta a certificação prévia dos programas informáticos de faturação do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas. Para download siga o link: http://dre.pt/pdf1sdip/2013/04/07900/0245702483.pdf

Portaria 161/2013, 23/04/2013
Regulamenta o modo de cumprimento das obrigações de comunicação dos elementos dos documentos de transporte, previstas no regime de bens em circulação. Para download siga o link: http://dre.pt/pdf1sdip/2013/04/07900/0248302485.pdf

Portaria 163/2013, 24/04/2013
Aprova as tabelas de preços a praticar pelo Serviço Nacional de Saúde, bem como o respetivo Regulamento. Para download siga o link:

Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça 9/2013, 24/04/2013
O sacador de um cheque que nele apuser uma data posterior à da emissão e que, em ulterior escrito por si assinado, requisitar ao banco sacado o seu não pagamento, invocando falsos extravio, subtração ou desaparecimento, com a intenção de assim obter o resultado pretendido, preenche com esse escrito o tipo de crime de «falsificação de documento», previsto pela alínea b) (redação do Decreto-Lei n.º 48/95, de 15 de março), hoje alínea d) (redação da Lei 59/2007 de 4 de setembro), do n.º 1 do art. 256.º do Código Penal. Para download siga o link:

Dália Cavaco (Estudante do 1.º ano)