Sempre pensei que a escola fosse um local onde se aprendesse livremente e que para cada aluno houvesse a possibilidade de apreender conhecimentos, de uma forma personalizada. Mas descobri que, como bem sabemos, a realidade é outra.
Ao longo dos anos, tenho-me deparado com métodos de ensino bastante variados: uns mais desafiantes, outros que de desafiante pouco têm. Tenho dificuldade, por exemplo, em acompanhar aulas demasiadamente teóricas e sei que o aproveitamento nunca será o desejado. Em oposição, os professores que têm a vantagem de ensinar matérias que permitem uma abordagem mais prática, com exemplos e exercícios, conseguem cativar-me e levar-me a querer saber mais. Conseguem fazer com que os alunos sejam mais autónomos e que procurem o saber, por si próprios, praticando.Idealmente, desejava que a escola fosse – para além do local de ensino e aprendizagem – um veículo para a formação do espírito crítico de cada aluno. Infelizmente, por experiência própria, sei que o ensino em Portugal está longe de ser perfeito. Ainda não entendi se isto se deve ao facto de ser mais fácil não ensinar a pensar ou se é conveniente que os mais novos não o saibam fazer. Será que existe algum medo de que aqueles que sabem pensar sejam melhores – e ultrapassem intelectualmente – do que aqueles que ainda não aprenderam a pensar? Ou é simplesmente mais fácil ensinar a memorizar factos, por muito banais e inúteis que sejam?
A mim, o que me revolta é ver pessoas da minha idade – a quem nunca ensinaram a pensar – a debaterem-se com assuntos com os quais já deveriam estar familiarizadas. Reformulando, o que me revolta mesmo é ver que essas pessoas não se debatem com assunto algum e simplesmente engolem a informação que obtêm, sem sequer a mastigarem. Eu não sou assim. Muito devo a bons e desafiantes professores, fonte de motivação. Outro tanto devo à minha mãe, que sempre me incentivou a ler e a pensar.
Assim, a escola ideal começa com a educação em casa. Mas a culpa de que isto ainda não tenha sido compreendido é da escola e do ensino, que ainda não são ideais…
Andreia Gonçalves (Estudante do 2.º ano)
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