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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

À conversa com… Nélson Santos de Brito, Diretor-Geral da Universidade Europeia | Laureate International Universities


Susana de Salazar Casanova (SSC): A formação académica é um marco na vida de uma pessoa. A sua formação de base, nos Pupilos do Exército, marcou-o e teve impacto no seu estilo de liderança?
Nélson Santos de Brito (NSB): Os 11 anos que passei nos Pupilos do Exército marcaram a minha forma de liderar para o resto da vida, pois aos 9 anos de idade ter a sorte de entre os mais de 900 candidatos ser um dos 60 escolhidos e aos 20 anos ter a possibilidade de liderar mais de 1000 alunos são experiências fantásticas.

SSC: Com 20 anos de carreira profissional desenvolvida em companhias nacionais e internacionais viveu certamente momentos positivos e outros complexos, a par com os do país. Qual é o maior desafio com que se depara enquanto líder?
NSB: O maior desafio em todos os projetos profissionais que tive a possibilidade de liderar foram sempre a capacidade de mobilizar as pessoas para um objetivo comum (Missão) e, acima de tudo, fazer acreditar que é possível com disciplina, trabalho de equipa e máxima resiliência atingir os objetivos que nos propomos (Visão).

SSC: Tem uma forma de comunicar muito particular. Que líder(es) o inspira(m)?
NSB: O meu avô materno já falecido continua a ser minha fonte de inspiração para ultrapassar todos os obstáculos. Marcou-me muito pelos seus valores, pela sua resiliência e, acima de tudo pelo seu bom coração (Inteligência Emocional). Sem nunca ter tido a possibilidade de aprender a ler e a escrever, a sua capacidade de observar e ouvir permitiram-lhe sempre ser um Homem na vanguarda do seu tempo.

SSC: Assumiu a liderança da Laureate em Portugal em 2010. Quais têm sido as maiores lutas desde então?
NSB: Garantir que toda a Equipa concentra os seus esforços em garantir que os nossos Diplomados acrescentam valor na Sociedade e se diferenciam pela positiva versus os Diplomados de outras Instituições pela sua capacidade de fazer acontecer e pelos seus valores.

SSC: Rigor, mérito, trabalho, disciplina são valores presentes nos 50 anos de história do ISLA, filosofia que não foi abandonada quando a Laureate International Universities o adquiriu. Que pensa destas máximas?
NSB: São os valores que fazem a diferença e em que continuamos a acreditar e com os quais trabalhamos junto dos nossos Estudantes.

SSC: O corpo docente é um Embaixador da Universidade Europeia. Como podem os docentes contribuir para aumentar o sucesso da organização?
NSB: Para além dos nossos Diplomados quer o Corpo Docente (Faculty Staff) quer o nosso Staff são os Embaixadores da Universidade Europeia e, como fruto deste facto, o que esperamos dos mesmos é que vivam a Europeia a 200% e acreditem no nosso projeto educativo.

SSC: O projeto Laureate em Portugal visa a Lusofonia. O que tem sido feito pela organização para promover a Universidade Europeia juntos dos PALOP, por exemplo?
NSB: O projeto Laureate tem como objetivo fazer da Universidade Europeia uma Universidade de referência a nível internacional. Nestes últimos 3 anos, trabalhámos arduamente para atingir o estatuto de Universidade e nos próximos anos trabalharemos para que o nosso projeto seja conhecido a nível internacional, em especial nos Países da Lusofonia onde hoje o grupo Laureate conta com mais de 175 000 Estudantes.

SSC: A empregabilidade e a multiculturalidade são eixos estratégicos da missão da Universidade Europeia. Para que se atinjam essas metas, é necessário adequar a formação superior às necessidades do mercado – de que forma faz a Europeia este diagnóstico?
NSB: Garantindo que todos os nossos Programas são efetuados em conjunto com as Empresas e/ou Instituições. Esta é a única forma de assegurar que os estudantes e as suas famílias maximizam o investimento que fazem connosco.

SSC: Bastará adequar a preparação dos estudantes às necessidades do mercado? Que podem e devem os estudantes fazer por seu turno?
NSB: Os Estudantes, apoiados pelas suas famílias, terão que maximizar ao máximo o investimento que fazem desenvolvendo uma maior capacidade de trabalho e, acima de tudo, trabalharem sempre por uma diferenciação positiva. Se a Universidade, para além do Plano Curricular, lhes disponibiliza um conjunto de ferramentas (Seminários Nacionais; Ações de Responsabilidade Social; Seminários Internacionais; Programa de Empregabilidade; Programa de melhoria de Inglês) os mesmos devem aproveitar para marcarem a diferença no seu Curriculum.

SSC: Considera que os soft skills são indissociáveis, em termos de empregabilidade, dos hard skills? Como se trabalham soft skills?
NSB: São fundamentais para ultrapassar os desafios que a Sociedade hoje coloca diariamente e trabalham-se, acima de tudo, com a prática, através dos trabalhos de fim de curso depois de estudadas sobre o ponto de vista científico.

SSC: Muitos portugueses com formação superior conseguem facilmente emprego no estrangeiro e granjeiam respeito. O que é preciso para vencer lá fora?
NSB: O mesmo que se necessita para vencer em Portugal: disponibilidade mental, capacidade de trabalho e capacidade de liderança nos Empregadores. Por vezes estamos mais disponíveis para ultrapassar os obstáculos quando estamos fora da nossa zona de conforto e por isso é que, por vezes, somos melhores fora de Portugal.

SSC: É diferente daquilo que é preciso fazer para conquistar um lugar ao sol em Portugal? Em que medida?
NSB: Nos países em que meritocracia está mais desenvolvida é mais fácil progredir na Carreira Profissional. Em países como Portugal, como infelizmente a maioria dos trabalhadores não têm objetivos e avaliação da sua performance, torna-se mais difícil a progressão.

SSC: Em breve os mestrados serão uma formação de base – como se distinguirão os mestres que concorrem entre si a uma mesma vaga?
NSB: Pela componente prática que apenas se consegue com um Corpo docente conhecedor do mercado de trabalho e pela garantia que são realmente programas muitos especializados e de banda estreita quando comparados com uma Licenciatura.

SSC: Como devem as empresas nacionais reter o seu capital intelectual, impedindo-o de abandonar Portugal?
NSB: Desenvolvendo projetos empresariais para o mundo real, que é global, e mobilizando os seus recursos humanos para ultrapassar os objetivos diariamente.

SSC: Deixe três conselhos/máximas de vida para os estudantes.
NSB: Pensamento sempre crítico mas construtivo, resiliência máxima e disponibilidade total para aprender ao longo da vida.

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