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terça-feira, 9 de abril de 2013

História da formação em Secretariado no ISLA-Lisboa

 


No início dos anos 60 do século passado, a média de mulheres que frequentava a Universidade de Lisboa era de 40,5%, valor 15% superior à internacional. Na maioria dos casos, o objetivo era o estudo das línguas estrangeiras, sobretudo o inglês, no sentido de poderem conseguir uma colocação prestigiante (na banca, no alto comércio ou na indústria, como secretárias, tradutoras ou intérpretes), mas resultava no congestionamento da Faculdade de Letras, inadequada à satisfação dos objetivos destas alunas, a nível dos curricula dos cursos, metodologias ou corpo docente.

Por essa altura, a formação em Secretariado era feita na Escola Lusitânia Feminina em Lisboa, onde as alunas faziam a sua educação liceal a par da aprendizagem de algumas competências técnicas, como a estenografia e a dactilografia. Esta formação é hoje equivalente ao 9.º ano de escolaridade.
 
O Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA), instituição de ensino pós-liceal particular, foi constituído em 1962, com o objetivo de formar quadros técnicos de nível superior que dessem resposta às necessidades das organizações, através da oferta de cursos especificamente concebidos para determinadas profissões, com base nos exemplos de instituições internacionais congéneres.
 
Para além da Escola Superior de Secretariado (ESS) e da Escola Superior de Tradutores e Intérpretes (ESTI), foi criado um curso de dois anos que preparasse alunos sem o Curso Complementar dos Liceus (ou equivalente), mas já poliglotas (muitos filhos de diplomatas), para a admissão e frequência do ensino superior. O currículo do 1.º ano do Curso de Secretária Correspondente era comum ao da ESTI, sendo o diploma obtido após a frequência de mais um ano de especialização. Em 1967, todos os cursos foram reconhecidos como superiores e, em 1968, o curso de Secretária Correspondente foi autonomizado, passando a ter um plano de estudos próprio.
 
Em 1971, o ISLA foi autorizado a ingressar e a representar em Portugal a ESA - European Secretarial Academy (hoje a European Schools for Higher Education in Administration and Management), associação fundada em Genebra em 1964 “com o objetivo de definir os atributos de uma Secretária Europeia”. As escolas pertencentes à rede ESA tinham que harmonizar os curricula dos cursos, para que o diploma de “Secretária Europeia” pudesse ser validado internacionalmente (nos países membros da ESA os diplomas eram reconhecidos como de nível superior). Para obter este diploma, os alunos tinham que se apresentar, em qualquer uma das escolas associadas, perante um júri internacional para prestação de provas.
 
Em 1975, o curso foi quase totalmente reestruturado, passando a designar-se “Secretária de Administração” e a ter uma duração de três anos. Em 1986, o ISLA passou a estar integrado no ensino superior politécnico e o curso mudou a sua designação para “Curso Superior de Secretariado”, sendo conferida equivalência a bacharel aos seus diplomados (Despacho 127/MEC/86 de 26 de Junho).
 
Numa entrevista ao jornal A Capital, em 1987, o ISLA informava que o objetivo do bacharelato que ministrava era formar secretárias aptas a desempenhar a função e a assumir as suas responsabilidades na equipa de gestão. Na altura o ISLA formava cerca de oitenta novos alunos por ano.
 
Em 1993, este curso passou a licenciatura, com uma duração de quatro anos e a designação de “Assessoria de Direcção”. Em 2006, ao abrigo da reestruturação ditada pela adoção da Declaração de Bolonha, o curso voltou a ter uma duração de três anos, passando a denominar-se “Secretariado e Comunicação Empresarial”.

Maria João Borges
Docente das U.C. de Práticas de Secretariado e Assessoria
 
Fontes:
http://www.isla.pt/isla/ISLA/Historia/Historia26/Historia_26anos.htm, [22.08.10];
Anónimo. - Secretária do Futuro tem Formação Específica. – A Capital (Suplemento Escritório Moderno). – 1987, p. VI;

http://www.isla.pt/isla/Licenciaturas/AssessoriaDireccao/Apresentacao/assessoria+de+direcao.htm, [22.08.10].

1 comentário:

  1. Antiga Aluna da Escola Lustânia Feminina, e actual Secretária de Direcção
    É uma vergonha que o Curso da Escola Lusitânia Feminina não tenha no mínimo bacharelato. Há uns anos fiz um curso de formação na AIP com a formadora Drª Marilia Pimentel Teixeira a qual disse na turma que a preparação das alunas para secretárias da ELF não tinha comparação com o do ISLA, pelo que pedia desculpa às formandas presentes que fosse do ISLA, mas de facto quem saía da ELF estáva apta para entrar na vida professional e com excelente formação. Gostáva de saber quem terá sido o/a anormal que por desconhecimento do mérito do Curso da ELF que lhe deu equivalência ao 9º, quem o fez devia ter vergonha e deviam repor a equivalência correcta do curso.

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