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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sugestões para quem trabalha em ambientes multiculturais

Cada vez mais em Portugal, nas empresas e nas universidades, contactamos diariamente com estrangeiros. No meu ponto de vista só temos a ganhar em apoiar estas pessoas na sua mudança e na sua adaptação ao nosso país. Há hoje muitos gestores expatriados que coordenam empresas ou grandes departamentos de organizações multinacionais. Ainda que a nível social a escolha possa ser de cada um, no sentido de facilitar ou não a integração dessas pessoas, noutros casos, nomeadamente nas situações profissionais, é necessário ajudar e apoiar, porque isso contribui para o sucesso da própria empresa.

Aos mais resistentes ao tema, porque ainda os há, é sempre bom recordar que muitas das empresas têm acionistas estrangeiros e muitas fazem questão de nomear gestores externos. Portanto, mais cedo ou mais tarde, é inevitável que se encontre numa situação destas. Informar-se sobre o tema – multiculturalidade –, é mais um ponto que acrescerá às características diferenciadoras do seu CV e que, a médio prazo, contribuirá para o seu sucesso.

Liberte-se de preconceitos sobre este tema, se os tiver, e nas situações do dia a dia em que há contacto com estrangeiros, tente ver um acontecimento que lhe tenha suscitado dúvidas num prisma diferente, ou seja, vendo com os olhos do outro e não com os nossos. A razão é muito simples: a tendência de cada um é ver com os seus próprios olhos, ou seja, à luz da sua própria cultura. Mas nem tudo é interpretado da mesma forma. A título de exemplo, existem culturas em que o gesto de polegar a apontar para cima é obsceno.

Alguns pontos importantes:
  1. Linguagem: o inglês é a língua mais frequente de comunicação com estrangeiros. Opte por uma linguagem simples mas eficaz, eliminando palavras ou frases que possam ter mais do que um significado, como “fine” ou “great”, que são frequentemente usados hiperbolicamente.
  2. Formalidade: o nosso país é apontado, com regularidade, como um país formal. Apesar de eu até considerar que hoje em dia, em certas organizações, a formalidade não impera, recentemente foi-me relatada uma história que comprova exatamente o contrário, ocorrida numa multinacional. A pessoa em questão vive cá há pouco tempo tendo assumido a direção de um departamento numa grande empresa. Na primeira reunião em que participa pousa aleatoriamente em cima da mesa o tablet e o telemóvel, enquanto vai buscar um café. Quando regressou à mesa, o lugar que tinha “guardado”, estava ocupado. O colega aproveitou para lhe explicar que aquele não era o seu lugar, porque existiam regras e que uma delas era o facto de ele ser o que há menos tempo exercia a função, colocando-o, por isso, num lugar mais afastado.
  3. Opiniões: é sempre de evitar emitir opiniões menos cordiais sobre um país, sobre uma cultura – ninguém gosta que se fale negativamente sobre a “sua terra”. Deve, pelo contrário, salientar-se o que de positivo existe sobre esse país. Ou, se não conhecer bem, o melhor a fazer é não comentar nada.
  4. Negócios: profissionalmente (mas também em contextos sociais) atente-se aos comportamentos elementares como: pontualidade, saber cumprimentar, etiqueta nos negócios, regras para troca de cartões de visita, estilo de comunicação, procedimentos da negociação ou comportamento em refeições.
Em geral, é dever de um estrangeiro adaptar-se ao país onde vive, e não ao contrário. Mas como a nossa vida profissional pode melhorar significativamente se evitarmos conflitos que são causados meramente por mau entendimento cultural, vale sempre a pena fazer um esforço para compreender.

Susana de Salazar Casanova
Coordenadora Executiva da Licenciatura em Secretariado e Comunicação Empresarial

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