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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Quando o telefone toca


Trabalhava há cerca de 3 meses numa empresa quando, a meio da manhã, o telefone tocou. Muito compenetrada no meu papel, atendi e, após me ter identificado, ouço uma voz de homem que me pareceu igual à do contínuo, com quem eu já estava bastante à vontade e achei que era ele a brincar comigo.
 
- O seu chefe está?
- Lamento, mas não está.
- Sabe onde ele anda?
- Não sei, porque ele saiu e não me disse para onde ia!
- Então o que é que está aí a fazer se não controla o seu chefe?
- Pois…. Mas se quiser deixar mensagem para quando ele chegar… Pode dizer-me quem fala?
- Daqui fala Deus! (neste momento fiquei mesmo convencida de que era o contínuo a brincar comigo).
- Oh se fosse Deus!...
- O que é que fazia?
- Olhe, pedia-lhe um aumento!
- A sério? Acha que está mal paga?
- Acho!
- E o que lhe pedia mais?
- Menos trabalho!
- Hum… Deus vai pensar no seu caso, mas quando o seu chefe chegar, diga-lhe que o (nome do diretor da empresa) quer falar com ele.


Por esta altura eu já estava verde e sem palavras, e consegui apenas esboçar um “desculpe” muito atrapalhado, enquanto lhe dizia que estava a confundi-lo com outra pessoa e que nunca teria pensado responder-lhe daquela maneira. Ele era uma pessoa muito afável e não dava importância a estas situações, mas eu não sabia e nem o conhecia. Despediu-se de mim a rir à gargalhada e, nos sete anos em que estive naquela empresa, na maior parte das vezes em que me cruzei com ele, perguntava-me: Então já falou com Deus hoje? Ele já a aumentou?
 
Serviu-me de lição e ficou de tal forma gravada na minha memória que passados 22 anos ainda vos falo nela!

Leonor Alenquer (Alumni)

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