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segunda-feira, 24 de junho de 2013

É o pânico!!!!!

 
O Sr. Diretor já voltou da reunião e está maldisposto...! Faltou o transfer do grupo! O datashow não funciona! Estão 80 pessoas na sala! O secretariado do congresso diz que a inscrição do participante não está feita e não lhe dão a documentação!

Quantas vezes estas situações nos assaltam no meio de quinhentas outras tarefas e problemas do dia-a-dia, ao longo da nossa vida profissional?
 
Lembro-me bem de sentir a cara a ferver, de ficar com o coração aos saltos na garganta, a respiração acelerada, estômago colado às costas pelo susto, as mãos a tremer! E agora…???!!!

Instalava-se a confusão. Disparava perguntas a quem eventualmente estivesse envolvido no processo, agarrava-me ao telefone, disparava e-mails para todo o lado na tentativa de conseguir um milagre que resolvesse a situação no segundo seguinte.

No segundo seguinte! É possível? É claro que não!

Com o passar dos anos – e já lá vão bastantes – aprendi que enquanto eu quase perdia a lucidez na tentativa de resolver a questão no segundo seguinte, perdia também a capacidade de racionalizar o problema e de conseguir, de facto, uma solução rápida e eficiente. Por outro lado, os meus nervos e irritação influenciavam a atitude dos meus interlocutores que, à semelhança do que estava a acontecer comigo, entravam também em “parafuso”.

Além desta questão do pânico, não nos podemos esquecer que estamos a testemunhar a Lei de Murphy em ação e que, por isso, a sucessão de acontecimentos menos positivos tem grande probabilidade de continuar, alimentada pelo nosso nervosismo. É nestas alturas que o e-mail não funciona, que a menina da agência de viagens está numa reunião com um cliente, que o telefone está impedido… e nós ficamos cada vez mais nervosos e irritados, e o tempo a passar, e a caneca da água, que ganha vida própria precisamente nesse momento, acaba por causar uma inundação em cima da mesa, afogando o contrato com o palestrante que até já estava assinado pela Direção… e nós caímos na cadeira e olhamos à volta, sem saber por onde começar a pôr as coisas em ordem…

Pois é. O Sr. Pânico não ajuda!

O tempo ensinou-me que, enquanto eu estou cheia de nervos, num stress desgraçado a tentar armar-me num santo qualquer para conseguir fazer um milagre, o grupo que não tem transfer está a aguardar a solução, no aeroporto, trocando impressões sobre o país. Provavelmente o participante no evento está ao pé do secretariado e já encontrou colegas com quem conversa enquanto espera que lhe digam que está tudo em ordem, as 80 pessoas que estão na sala de conferências esperam também a chegada de um novo datashow, e o diretor que chegou mal-humorado vai “cozer” a má disposição para o resto do dia, a não ser que receba uma chamada que o informe que acabou de ser contemplado com o primeiro prémio do Euromilhões (que nessa semana até tinha jackpot), e saia desalvorado a correr pelo escritório fora!

Então para quê o pânico? Para quê o “ Ai, ai, ai e agora?” Agora..., resolve-se com calma. Se as pessoas do outro lado forem recebendo notícias sobre o que estamos a fazer para resolver as questões, acalmam-se, esperam, porque sabem que estas coisas podem acontecer e que ninguém contribuiu ativamente para que corressem mal.

Há aquelas que não aceitam, que refilam, que chegam a ser mal-educadas. Pois há! E vamos nós conseguir mudá-las? (...se tivermos mesmo a tal mania que fazemos milagres, podemos tentar... mas eu não arriscava!) Será que não fazem parte daquele grupinho que acha que o mundo está cá exclusivamente para as servir - e sem falhas - porque são muito importantes? É? Então demos-lhes a importância que elas acham que têm! Pedimos muitas desculpas pela falha lamentável! Têm toda a razão! Como é que uma coisa destas foi logo acontecer com elas! Parece impossível! Pedimos-lhes só um bocadinho, que vamos já desancar o responsável por semelhante coisa e arranjar uma solução com uma nova empresa/pessoa que esteja à altura!

Nem sempre é fácil. Pois não! Principalmente para quem se inicia na profissão. Temos que ter sempre presente que estamos ali, naquele lugar, porque esperam que nós consigamos fazer com que tudo corra sobre rodas… mas os pneus também têm furos!

Pessoalmente, foram, como já disse, os anos de experiência que me ensinaram a controlar o pânico, mas não só… é que aos 52 anos consciencializei-me que tenho muito mais passado do que futuro e que os problemas existem mas as soluções também. De alguma forma nunca nada ficou por resolver. Tenho a certeza que não sou eu que vou mudar o mundo. Situações como estas, ou piores, ocorreram e vão continuar a ocorrer porque fazem parte da nossa vida profissional. É por causa delas que estamos ali, naquele lugar específico, também.

Ana Cristina Baltazar (Finalista)

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