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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Quando a solução é abraçar a mudança




Reestruturação. Deslocalização. Falência. Fusão. O que é que todos estes termos têm em comum, além de se referirem a fases pelas quais muitas empresas, sobretudo na atual economia, passaram/passam? Cartas de despedimento. Ao longo da minha carreira já recebi algumas. Numa sociedade em que, cada vez mais, somos o que fazemos, perder um emprego é perder mais do que o nosso sustento, é perder a nossa identidade.



Olhamos para os que perderam os seus empregos como aqueles que falharam. Podemos não o dizer abertamente mas, lá no fundo, é nisso que acreditamos. É esse estigma que é necessário eliminar. E isso começa dentro de nós próprios, dos que temos emprego e dos que o não têm.



Deixem-me partilhar o que aprendi quando, também eu, perdi o meu:

  • Não pensemos em nós como vítimas. A vitimização torna-nos agentes passivos, um mero joguete de um destino cego e vingativo.
  • Ficámos com demasiado tempo livre entre mãos? Usemo-lo de forma útil. Há inúmeras instituições de solidariedade social que necessitam desesperadamente de apoio para desenvolver o seu trabalho aos mais diversos níveis. Ajudarmos os outros aumentará a nossa autoestima.
  • Aproveitemos para estar mais com a família.
  • Fazer exercício físico, ir à biblioteca local e ler novos livros é gratuito e é uma forma de ter, como diziam os romanos, Mens Sana in Corpore Sano (Mente Sã em Corpo São).
  • A realidade do mundo do trabalho altera-se a uma velocidade vertiginosa e é fácil ficar desfasado ao fim de alguns meses de afastamento da prática diária. A inscrição em grupos profissionais na Internet (o Linkedin é uma boa opção) permite a participação ativa em debates e a pesquisa sobre novas correntes ou recentes inovações.

Por fim, aproveitemos para nos repensarmos. Quando as horas são devoradas pelo trabalho, deslocações e apoio à família, há partes de nós que acabam por ficar esquecidas ou suprimidas. Esta é a nossa oportunidade para refletir sobre os caminhos e opções feitos. Tentemos recordar quais eram os nossos sonhos quando iniciámos a nossa carreira. E perseveremos. Está nas nossas mãos tornar este momento da nossa vida em mais um que poderemos usar para continuar a crescer e a tornarmo-nos pessoas melhores, como profissionais e como seres humanos. Devemo-lo a nós próprios.



Mariana Pereira (Estudante do 2.º ano)

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